quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Da Série "O Sangue Derramado": PIN-UP MACABRA

            Reportagem de Anatolian Menigeni
           
            Na manhã de 22 de agosto, o sol devolvia para a atmosfera o orvalho que a noite deixou. Umedecendo, neste trajeto, as frágeis narinas da senhora Cacilda D’acapulco. Uma tímida anciã que, aos 71 anos, saiu de casa para cultuar a morte do filho.
           
            Assim, dando vazão às suas raízes mexicanas em um rito racionalizado em três etapas:
           
            A – No fato de se tratar de um dia dedicado a Nossa Senhora Rainha.
           
            B – Porque, quando em vida, obviamente, o cidadão se tornara um sectário da doutrina evangélica e, numa contestável demonstração de fé, esmigalhou uma imagem da Santa, que Dona Cacilda conservava em um misto de altar com estante, na edícula de sua residência.
           
            C – E, porque, segundo ela, ele teve um fim não tão díspar, ao ser atropelado por um ônibus, na Avenida Tico Terpins.
           
            Assim, de ano em ano, no aniversário do seu falecimento, ela vai ao Cemitério Municipal de Arcádia Paulista com um caquinho da escultura em mão e o deposita sobre o jazigo do filho. A fim de que ele restaure a estátua e se redima da falta cometida.
           
            Como de costume, a decrépita Dona Cacilda alcançou a sepultura de Cantinflas D’acapulco – que, se vivo, teria 33 anos –, sacou da bolsa a escova e limpou-a dos resíduos do tempo. Ficando feliz por não ter encontrado o décimo segundo fragmento que lá deixara. Pois sabia que, daqui a vinte e nove anos, no reino dos céus recebido ele seria. E, por isso, a nova lasca lá largou. Juntou as mãos e orou; pedindo para que La Santa – uma entidade mexicana –, junto a Nossa Senhora Rainha, intercedesse em favor do morto. Depois, chorou, tirou os grossos óculos, limpou-se das lágrimas e os colocou de volta. Então, em tom de súplica, olhou para a grande cruz, que, numa alusão ao Monte das Oliveiras, ficava sobre o jazigo, e quase teve um enfarte.
           
            Dado que calçada à mesma havia uma cabeça.
           
            E, enquanto a senhorinha era acudida por uma adolescente, que tinha ido até lá para testar a câmera lambe-lambe que herdara do avô, o zelador chamou a polícia.
           
            Que, sob o comando do Delegado Antônio das Flores (o popular Totonho Três Oitão), optou por, inicialmente, recompor o corpo.
           
            Retirando, para isso, a cabeça da cruz.
           
            Uma cabeça de mulher e que não continha uma só gota de sangue. E que, embora tivesse ferimentos estranhos na região do pescoço, fora decapitada com algum instrumento cortante.
           
            Além de ter a boca abarrotada de dentes de alho.
           
            Quando ao corpo, este foi encontrado sobre outro túmulo.
           
            Nu, petrificado – em função de uma rigidez cadavérica – e, também, sem um rastro de sangue. E, como se fora o de uma pin-up macabra, disposto de modo em que ficava sentado, com uma perna cruzada sobre a outra e as mãos, graciosamente, colocadas sobre o joelho.

            Sem falar da estaca que lhe atravessava o peito.

            Uma estaca que, como se apurou, era um símbolo da presença de espírito do agressor. Já que, como um percevejo, a mantinha em tal posição, ao ter a sua ponta afixada em uma falha da cabeceira da sepultura.
           
            Porém, não foi só um pau que a atravessou. Pois, devido às marcas que ela tinha pelo corpo, se deduziu que estuprada fora.
           
            Todavia, a vítima se chamava Beatriz Peterson e tinha 23 anos. E foi identificada, inicialmente, como sendo B. P., de 16 anos. Que é a sua irmã caçula. A qual, na véspera, saíra para ir a um evento em memória de Raul Seixas, na Praça Francis Bacon, e não regressou a tempo de evitar que sua mãe notificasse seu sumiço à polícia.
           
            Do alto dos seus 49 anos, Bárbara Peterson disse que jamais esperou encontrar sua filha mais velha na mesa do legista. Pois sempre acreditou que ela tivesse a cabeça no lugar.
           
            Contudo, voltando ao tempo do crime: embora o vigia noturno negue tê-la visto ou ouvido algo que não fosse o silêncio, a câmera de segurança de uma floricultura a captou, através das grades que protegiam sua porta de vidro, falando sozinha, por minutos, e, posteriormente, se dirigindo em direção ao seu destino.
           
            Ao que tudo indica, ela invadiu o local, por algum ponto ainda desconhecido, e foi atacada por um maníaco.
           
            O que deixou algumas questões em aberto:
           
            A – Se existe algum assassino que atua em parques fúnebres, e coexistem mulheres que perambulam pelo mesmo território, o que fazer para que tanto o cemitério de Arcádia como os de toda região do Vale do Ribeira não constem em algum guia turístico de crimes estranhos?
           
            B – Se acontecia um evento com potencial para atrair turistas e, embora em acordo com as bizarrices que se aglutinam nos anais da polícia, o crime seja inédito, ele não seria obra de um forasteiro?
           
            C – Se todo caçador tem um amor (ou o que o valha) pela caça, e a mesma deva corresponder a essa expectativa, Beatriz Peterson teria sido um alvo padrão?
           
            D – Se o cemitério é um espaço sagrado, e o crime é uma afronta ao que é sacro, dentro da cultura cristã, poderia não se tratar de um delito e, sim, de um ato sacrifical pagão?
           
            E – Se se trata da obra de um narcisista, e a mídia é o seu espelho, por que a polícia não se alia à imprensa nesta empresa?
           
            Até o fechamento desta edição, as autoridades competentes não deram resposta.



Vampyres - As Filhas de Drácula
Um filme de José Ramón Larraz
(Inglaterra / 1974)




Todavia, há um ditado que afirma o seguinte: "a boa mulher é aquela que perdeu a virgindade e manteve a classe". Contudo, como é possível manter a "classe" se se cultua o axioma que prega que "o aspecto proveitoso da fidelidade é que ela comprova o quão prazerosa é a promiscuidade"?
Simples: criando uma sociedade paralela. Em que a distorção social transforma a fraqueza em virtude.
Assim, um grupo de misses embarcou em uma cruzada contra a real razão de seu fracasso: a competência alheia. E se deparou com o sucesso da incompetência: ou seja, o acaso.

 
A Quadrilha das Misses Assassinas*
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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Coluna Luiz Carlos Alborghetti: VIGILÂNCIA DE BAIRRO - PARTE 01: O QUARTEL-GENERAL

            “É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar”, diz o inciso XVII, do Artigo 5º, da Constituição Brasileira.
            Assim, classificando a ação de criminosos, em território nacional, como o exercício de um poder paralelo e validando uma das orientações do Manual de Vigilância de Bairro, da Associação Nacional de Xerifes. Que estabelece, como primeiro pilar, a união de pessoas que compartilhem de um mesmo entusiasmo.
            Ou seja, que entendem que liberdade e segurança jamais caminham juntas.
            E, assim, se crie, no limite de ambas, uma sintonia. A fim de que a coisa não descambe para uma espécie de “assembleia de condomínio”. Onde se discute, briga e quase não se sai do zero.
            Para que, então, se parta para a sua edificação.
            Inicialmente, fortalecendo a moral dos participantes, com o advento de um QG. Um ponto de convergência. Que pode ser em uma garagem, um salão emprestado e por aí vai. Contanto que esteja equipado com um cavalete com quadro branco, pincéis nas cores azul e vermelha e um apagador. Mais um quadro de aviso de cortiça, fixado à parede, com um mapa do bairro e a foto de algum bandido que esteja aporrinhando a vizinhança.
            Consequentemente, não se atendo a nomes ou símbolos que discriminem o grupo. Afinal, o ideal é que as pessoas se comprometam com a causa; e não, com um duelo de egos.



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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

LUAU - Canções Para Tocar à Beira da Fogueira: TERNO E ETERNO



            TERNO E ETERNO
            (Renato Pop & Mateus Duarte)
           
            D                           D4       D
            A mais bela mãe bondosa
            A                           A4       A
            A mais bela mãe dengosa
            G                          D        D4 D
            A que carrega o meu filho
           
            D                         D4         D
            Aquela mulher que eu amo
            A                         A4             A
            Aquela mulher que eu chamo
            G                          D      D4 D
            Pra fazer um trocadilho
           
            Bm 
            Logo, você verá o dia
            A
            Em que, com calma e magia
            G                             D
            Vai com alegria viver
            Bm 
            Num terno e eterno jardim
            A
            Dentro dum tempo sem fim
            G                                  D
            Onde vou sempre te ter
           
            D                           D4       D
            A mais bela mãe vaidosa
            A                           A4       A
            A mais bela mãe jeitosa
            G                           D      D4 D
            Isolada em seu universo
           
            D                         D4         D
            Aquela mulher que agarro
            A                         A4           A
            Aquela mulher que amarro
            G                                 D       D4 D
            Com o meu mais velho verso
           
            Bm
            Logo, você verá o dia
            A
            Em que, com calma e magia
            G                             D
            Vai com alegria viver
            Bm
            Num terno e eterno jardim
            A
            Dentro dum tempo sem fim
            G                                  D
            Onde vou sempre te ter
           
            D                           D4        D
            A mais bela mãe charmosa
            A                           A4      A
            A mais bela mãe garbosa
            G                       D        D4 D
            Dona do nosso rebento
           
            D                         D4        D
            Aquela mulher que quero
            A                         A4         A
            Aquela mulher que espero
            G                            D       D4 D
            Quando me sinto sedento
           
            Bm
            Logo, você verá o dia
            A
            Em que, com calma e magia
            G                             D
            Vai com alegria viver
            Bm
            Num terno e eterno jardim
            A
            Dentro dum tempo sem fim
            G                                  D
            Onde vou sempre te ter





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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Coluna Luiz Carlos Alborghetti: VIGILÂNCIA DE BAIRRO - INTRODUÇÃO

            É sabido que desde a promulgação da Constituição Brasileira, em 1988, o crime se tornou uma atividade quase legal.
            E, por isso, em todo litoral, o negócio descambou, a ponto de que tenha gente que, numa espécie de “Síndrome de Estocolmo”, veja graça em seus artífices.
            Porém, o jogo pode ser virado. Dado que o artigo 25 do Código Penal Brasileiro reza que: “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repeli injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. Viabilizando o que, nos Estados Unidos, em 1972, pela Associação Nacional de Xerifes foi oficializado sob a alcunha de “Programa Nacional de Vigilância de Bairro”. Que consiste em transformar cada rua de uma determinada localidade em uma cidadela.
            Sempre se levando em conta que os norte-americanos já enviaram o homem à Lua e os brasileiros não conseguem projetar uma ciclovia que preste.
            E, assim, adaptá-lo, a partir do princípio de que deve ser executado por quem tem tempo de sobra. Depois, definindo as suas funções. Como a de “Coordenador de Bairro”. Que é quem zelará pela ordem; fazendo diligências e se sociabilizando com a vizinhança. E, em seguida, a de “Capitão de Rua”. O qual fechará o elo entre o cidadão e a polícia, sempre que algo sair do eixo. Para, então, se elaborar a cadeia de contatos. Que será do Coordenador com os moradores, deles, com o Capitão, do dito, com a autoridade competente e o Coordenador e, deste, com a mídia. Afinal, sempre é bom espalhar a notícia de que um ladrão está indo em “cana”.



Ulterior





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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Da Série "Sonetos Para a Juventude": SINISTRO SIGNO

            Pelo reflexo com tom de esmeralda
            Que da sua viva vista logo salta
            Posso observar a tarde que se escalda
            Sobre a sagrada água do Rio Nilo

            E assisto ao alvorecer tão grandioso
            Dum povo, por demais pretencioso
            Que pela sua fé fica cioso
            Como um esfomeado crocodilo

            E a luz estroboscópica que desce
            Lentamente, da abóboda celeste
            Pairando sobre um campo amplo de trigo

            Então, flutua, rumo às estrelas
            Como se delas fora uma centelha
            Deixando-nos o mais sinistro signo

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Coluna SNACK BAR - O Lado B da Humanidade: CATIVEIRO DAS CONSTELAÇÕES (Empanados no Itararé)






            CATIVEIRO DAS CONSTELAÇÕES
            (Mateus Duarte & Ciro Carvalho)
           
            No cativeiro das constelações
            Te cativo com a ostentação
            Ao te degustar com o beijo
            E com o desfecho do desejo mor
            Enquanto a onda ronda e finda
            Quando a onde monta e míngua
            Arrancando-lhe da tez o meu suor
            Da trajetória a minha história
            Apagando da areia a senda
            Que lhe selou no ventre a lenda





Todavia, há um ditado que afirma o seguinte: "a boa mulher é aquela que perdeu a virgindade e manteve a classe". Contudo, como é possível manter a "classe" se se cultua o axioma que prega que "o aspecto proveitoso da fidelidade é que ela comprova o quão prazerosa é a promiscuidade"?
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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Coluna SNACK BAR - O Lado B da Humanidade: CINE ARTE POSTO 4: A PRIMEIRA COISA BELA




            Durante a primavera de 2012, o Cine Arte Posto 4 exibiu “A Primeira Coisa Bela”. Um filme italiano que foi lançado em 2011 e é dirigido por Paolo Virzì. E é um dos raros filmes que faz o espectador esquecer de que está em uma sala de cinema. Pois ele é, tecnicamente, perfeito.
            Todavia, a trama irradia a ideia de que a vida pode ser uma manifestação artística. Dependendo apenas de como é imaginada e da habilidade com que é gerida.
            Contudo, calcada pelo entendimento de que as ações esporádicas entregam o destino ao acaso. Assim, desperdiçando tempo e energia. E o pior, dando sustentação ao argumento dos néscios; do tipo: “O futuro a Deus pertence”.
            Mas quem é Deus, senão o homem?
            Entretanto, isso requer um pensamento econômico. Pois o minimalismo é a chave para outra realidade. Tanto que Sun Tzu diz: “O essencial na guerra é a vitória e não, as operações prolongadas”.
            Com o adendo de que, a priori, a repetição de uma ação gera um padrão e, a posteriori, denuncia uma estagnação.
            Ademais, a criação de um estilo de vida é viável. Já que é bom estar em um patamar em que os desejos se materializam. Porém, sua manutenção leva a uma ausência de vida. A um estágio em que se é congelado pelas próprias convicções.
            Por isso, toda ação deve ser encarada como um rito de iniciação. Em que se morre para uma vida defasada e renasce para uma existência, quiçá, otimizada.








Todavia, há um ditado que afirma o seguinte: "a boa mulher é aquela que perdeu a virgindade e manteve a classe". Contudo, como é possível manter a "classe" se se cultua o axioma que prega que "o aspecto proveitoso da fidelidade é que ela comprova o quão prazerosa é a promiscuidade"? Simples: criando uma sociedade paralela. Em que a distorção social transforma a fraqueza em virtude.
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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Da Série "Sonetos Para a Juventude": BECO IMUNDO

            Dentro duma abadia superlotada
            Para a corte a rainha sorriu grata
            Quando uma coroa cheia de ouro e prata
            Na sua cabeça foi, por fim, calçada

            Mas teve a sua garganta, então, travada
            Quando algo lhe escorreu pelas entranhas
            E, devagar e duma forma estranha
            Foi fazendo-a ficar toda abrasada

            Pensando que entre as pernas carregava
            A maior vagina deste mundo
            E de outro, que ninguém imaginava

            Mas conteve a galhofa, ao ver impasse
            No fato de que nem num beco imundo
            Encontraria um pau que a contentasse

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

PORNÓFILO (O Ensaio de Ivi Pizzott para a Playboy)

            Desde 2015, nos Estados Unidos da América, efetuado é o “Hump!”. Um festival mambembe de cinema pornô. Que, anualmente, de cidade em cidade, promove uma exibição de curtas-metragens. Indo do cinema mudo à animação; de cunho profissional ou não. E que, para não “queimar o filme” de algum inconsequente, são destruídos ao término do evento.
            O que, quando foi feito com livros, tido foi como um dos distúrbios da autocracia.
            Ou seja: por meio do crivo “esquerdopata”, se mensura o autor; e não, a obra.
            Que, no caso, é Dan Savage – o artífice da mostra e notório defensor do “gayzismo”.
            Do instrumento que a esquerda usa para converter a sexualidade em luta de classes.
            Entretanto, a ideia da manifestação cinematográfica não é de se dispensar.
            Afinal, o Chacrinha já dizia: “Na TV, nada se cria; tudo se copia”.
            E, em se tratando da sétima arte, tudo pode ser aperfeiçoado.
            A começar pelo nome.
            Cuja sugestiva sugestão é “Cinexota”.
            Depois, pela localidade.
            Que deve ser em um espaço aberto.
            Para que o cheiro da libido se propague e atraia a atenção tanto dos avisados como dos desavisados.
            Sendo que, para tal, o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, é ideal.
            Posto que a parede do Auditório Ibirapuera pode servir, como já o fez, noutros momentos, de tela.
            Assim, jogando alguma cor sobre mais um dos projetos (ou dejetos) de Oscar Niemeyer.
            Um sujeito que, por inépcia artística, era um péssimo desenhista e, como um entusiasta da “esquerda caviar”, um comunista. E, por isso, sempre foi exaltado pelos bastiões do socialismo como um elemento politizado e um notável arquiteto.
            Ademais, a mostra deve ser realizada em uma noite de verão. A fim de que o cinéfilo (ou “pornófilo”) mais desinibido possa transformar a marquise do parque em um mezanino, ao estirar sobre ela um colchonete e se “deleitar”.
            E, por fim, disponibilizar o material na internet.
            Já que em “Lucas 12:02” consta: “Não há nada de oculto que não venha a ser revelado, e não há nada de escondido que não venha a ser conhecido”.
            Praticamente, uma profecia.
            Pois, na era vigente, em que a captação de imagens, com câmeras para todo lado, se tornou um moto-contínuo, há de se perverter a lógica de Andy Warhol e concluir que todo mundo sonha com 15 minutos de ostracismo.
            Até lá, é importante que tudo se desenvolva sem as amarras do psitacismo.
            Como ocorre na sinopse do roteiro chamado “Acostamento”.

            Na calada da noite, uma afro-ascendente dirige pela estrada.
            Até que para em um posto de gasolina.
            Então, caminha rumo ao banheiro. Mas se detém, ante um “corredor polonês” de carrancudos caminhoneiros. E, ao ser acometida por uma sensação de constrangimento, desiste de se aliviar.
            Todavia, ela retorna à pista.
            Onde, enquanto pensa em um vaso sanitário, se agarra com afinco ao volante, trava o maxilar e transpira torrencialmente.
            Sem mais, ela estaciona em um acostamento e, rapidamente, sai do carro. Quase sendo atropelada por um automóvel, que passa buzinando.
            Logo, ela vai para o mato. Embrenhando-se até uma clareira, que é iluminada pelo luar. Onde, então, arria as calças, agacha e se entretém com o som da própria urina. Quando cruzes em chamas surgem a sua volta. E envolta ela vê por uma facção da Ku Klux Klan. A qual ela delicia, ao se deliciar em um gang bang inter-racial.

            O que exige uma atriz digna de ter pertencido ao corpo de mulatas do Sargentelli.
            Como a estrela do mês da edição de Nº 480 da Playboy de maio de 2015: a imponente Ivi Pizzott. Que se notabilizou como uma das bailarinas do programa “Domingão do Faustão”, da Rede Globo de Televisão. E que, através do olhar do fotógrafo Marlos Bakker, tem seus dotes valorizados.
            Como o mesmo fez com Amanda Gontijo, no ensaio de maio de 2014, e com Thaíz Schmitt, no de dezembro de 2013.
            Só que, desta vez, ele simplificou o assunto. Visto que apenas a levou para um bosque, na cidade de Brotas, no estado de São Paulo, e criou a ilusão de um safari na África.
            Onde, tal qual um Allan Quatermain erótico, o leitor se sente. Assim, se vendo incumbido a imaginar que a sua pica é uma carabina. E passá-la, com uma dose de sadismo, pelos lábios da cuja... Pelo queixo... Descer por entre os seios... Um par de firmes mamas; e, quiçá, simular uma espanhola. Para, então, seguir pelo abdome, até encaçapar a glande no umbigo e, após se ajeitar no meio das grossas coxas, ir para dentro da depilada vagina.
            E, então, abater a fera.
            Sempre estando ciente de que toda boa refeição requer uma sobremesa que lhe faça jus.
            Por isso, convindo que, em seguida, coloque-a de bruços e...



One Night Stand
Um filme de Jack Tew e Dave Humphreys
(Inglaterra / 2010)



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