quarta-feira, 29 de julho de 2020

Da Série "Sonetos Para a Juventude": SEREIA DO ASFALTO

            Eu soube da galega bem sinistra
            Que bronzeava seu couro sagrado
            Sem se ater ao pudor e o bom costume
            Sobre uma motoca envenenada

            Num deserto, quiçá, mal-assombrado
            E desolado, lá na Califórnia
            Donde o último “cabra macho” vivo
            Foi da sua existência sequestrado

            Deixando o patrulheiro e seu cachorro
            Mais o caminhoneiro e o viajante
            E até o suicida deslumbrado

            Quando cantava os mais bonitos versos
            Que dum hotel de estrada proseavam
            Dentro dum “roquenrou” endiabrado

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Coluna SNACK BAR - O Lado B da Humanidade: O VENDEDOR MAINE COON




            Numa noite sexta, em 03 de julho de 2020, no seu canal do Youtube, o comunicador Sikêra Jr pepetrou uma live sobre vendas. Falando do que aprendeu em 33 anos de carreira. Que sintetizou na capacidade de comercializar qualquer coisa.
            O que, para um ouvido desatento, pode soar como uma trivialidade.
            Contudo, para quem, como o gato, está de orelha em pé, uma filosofia das tratativas é.
            E, com base nesse saber, de cara, em resposta para uma indagação sobre a aparência, ele disse que: “O ser estranho, hoje, é o que tá vendendo...”. “Acabou essa história de todo mundo igual. Todo mundo tem que tá num padrão. Sabe? Hoje, quanto mais diferente, mais você aparece”.
            O que, em uma era em que todo mundo tem o comportamento moldado por uma linguagem politicamente correta e o “imbecil coletivo” se tornou o lugar-comum, faz com que um pouco de inteligência seja a diferença.
            Todavia, no livro “Think Big”, Ryuho Okawa, seu autor, aborda uma filosofia baseada na prosperidade, que prosperou entre os Séculos 19 e 20. Uma filosofia que nasceu de um compêndio composto por 15 livros que Napoleon Hill escreveu e agrupou, com o acréscimo de mais 01, em 1928, sob a alcunha de “As Leis do Sucesso em Dezesseis Lições”.







            Do qual tirou a história de um cidadão que procurou um professor que professava tal matéria e lhe disse: “Sou um auxiliar de escritório em uma empresa. Segundo os ensinamentos que você passa, se a pessoa mudar a maneira de pensar, ela pode criar exatamente a situação que mentaliza. Quero sair desse emprego terrível de auxiliar de escritório, virar um homem de negócios bem-sucedido e ficar muito rico. Apesar de ter pensado nisso com frequência, não sou nada além de um simples auxiliar de escritório O que será que estou fazendo de errado?”
            Que será que ele fazia de errado?
            Ou o que será que ele não fazia de certo?
            Pois a omissão não é um erro. E sim, uma inação.
            Sem mais, o professor não gaguejou e disse: “Dê uma olhada em você no espelho. Qualquer um que olhá-lo não verá nada além de um simples auxiliar de escritório. Se você quer ser um homem de negócios bem-sucedido ou um empreendedor, precisa criar um “eu” que tenha essa aparência”.
            “Aparência”?
            Sim, aparência!
            Mas a aparência não é fugaz?
            Só na cabeça de quem tem ideia de jerico.
            Dado que se trata de comunicação visual.
            Então, o professor o orientou no rumo de que “Em primeiro lugar, trocasse a gravata. Depois, comprasse um terno novo. Mudando, assim, a aparência exterior”.
            Do contrário, se cai na velha ladainha do tatuador que não tem tatuagem e do padre que não tem fé.
            “Ser ou não ser? Eis a questão / Se é mais nobre para a mente sofrer / Das fundas e flechas da ultrajante fortuna / Ou tomar as armas contra um mar de problemas / E, em oposição, findá-los?...”, nos versos de William Shakespeare, declamou Hamlet, o Príncipe da Dinamarca.
            E, agora, para quem não quer ser um vendedor, o texto se encerra.
            “Verba volant, scripta manent” – enquanto “as palavras voam, os escritos permanecem”.







            Assim, a partir daqui é “entextado” o momento em que o Sikêra faz a seguinte observação: “Estude o produto que você está vendendo. Estude. Leia. Pega. Brasileiro não lê manual. Vocês já perceberam isso?... ...Ninguém lê manual. Faça isso pelo seu cliente. Leia o manual. Explique para ele que o produto é maravilhoso”.
            Tudo porque o produto é parte de um conceito.
            Um conceito em que um item que vale 05 não vive sem o de peso 02 e 03.
            São os arcobotantes que mantêm uma catedral gótica erguida.







            Ademais, em 05 de março de 2013, no site da Revista Elle, publicado foi um artigo, de autoria de Lauren Levinson, chamado de “Exclusivo: Visualize as Novas Linhas de Lingerie e Perfume de Dita Von Teese para a HSN”. Do qual se extrai o trecho em que a artista de burlesco disse que era “... colecionadora de livros antigos”. E que tinha “... um carinho por lingerie, mas, também, como a maioria das pessoas sabe, pelo estilo retrô. E...” que “... queria usar o conhecimento...” da “... 01ª carreira, quando tinha 15 anos”. Pois trabalhou “... em uma loja de lingerie como compradora e ajustadora de sutiã. E para a coleção que estava lançando, a “Von Follies...” – “As Loucuras” – ela “... queria reunir ajuste, função e acessibilidade com toques de glamour e estilo retrô”.







            Ou seja, ela deu sequência a uma trajetória que começou em 1987, ainda quando respondia em público pelo nome de Heather Renée Sweet, na Lady Ruby’s Lingerie, em Orange County, na Califórnia. Quando, como o Sikêra, ela decidiu transformar sua experiência, de 26 anos, em muito dinheiro.
            Afinal, uma consumidora quererá adquirir o produto de alguém que entende do assunto ou de uma pessoa que pensa que a calcinha é só um pano para cobrir a vergonha?
            Mas por que vergonha?
            Às vezes, é até motivo de muito orgulho.
            Ademais, a estratégia ideal de venda é a que vai ao encontro dos 04 discursos aristotélicos.
            Sendo que o 01º é o poético. Ou aquilo que se projeta do próprio produto quanto à finalidade, ao formato e funcionabilidade. Pois ele é a materialização da concepção artística de alguém que, diante de uma prancheta, retratou, dentro dos limites de uma folha de papel, aquilo que imaginou.
            Como uma calcinha impermeável, por exemplo. Que, além de ter formato “asa-delta”, seria capaz de reter alguma imprevista secreção. Talvez, causada por um excesso de calor, em um momento de devaneio.
            Depois, em 02º, o retórico. Que, dentro desta circunstância, não reflete a opinião do vendedor. Já que não é ele que está no fim do processo. E sim, relacionado está com aquilo que se sabe do produto.







            Por exemplo, se se trata de uma peça vitoriana ou da belle époque. Com a última carregando a leveza da art nouveau e a primeira se caracterizando pelo seu viés steampunk.







            E, consequentemente, se alcança o 03º discurso: o dialético. Que trata de um diálogo em que são avaliados os prós e os contras do produto.
            Analisando o fato de que se a calcinha vitoriana é indicada para a mulher esbelta, ela é desconfortável para a parruda. E se a da belle époque torna sensual a carnuda, ela fica infantil na delgada.







            Dado que no livro “As Leis da Invencibilidade”, Ryuho Okawa diz que “Para você chegar a ser o ator principal, deve ter uma mente aguçada, talento e capacidade de tomar decisões rápidas, mas, também, precisa desenvolver paciência e força para perseverar”.
            Logo, no palco – que é atrás de um balcão –, só prosperará aquele que conhece todas as peças que comercializa e, com base na função de cada uma, improvisa da forma que lhe apetece.
            Por fim e pela lógica, se chegando ao 04º discurso: o lógico.
            Que encontra um paralelo no livro “Alto e Bom Som”, de autoria de Iftach Spector, o Ex-Comandante da Força Aérea de Israel. Visto que, em março de 1973, ele ministrou um curso de pilotagem do avião Phantom para o esquadão ‘Hachtumim’, na base de Chatzerim, em Israel.







            Quando, ao término do mesmo, ele fez uma reflexão, que descreveu da seguinte forma: “Peguei uma nova caderneta e escrevi na capa: ‘Pensamentos a Respeito da Força Aérea’. Na primeira página, esbocei uma tabela simples, como um tabuleiro de xadrez, em cujos X e Y anotei ‘Tarefas e Instrumentos’. Os quadrados se completaram de forma desiquilibrada. Fiquei espantado ao descobrir que parte deles ficou vazia – achei tarefas sem instrumentos e instrumentos sem tarefas”.
            Deixando claro que “tarefa” é o “ato de vender um determinado produto” e “instrumento” se relaciona com as “informações inerentes a ele” – como a sua composição, o nome de quem o desenhou, as formas de pagamento e o tempo de garantia –, mais o “material promocional” – como um portfólio com fotos dele no corpo de modelos e congêneres.
            Assim, concluindo com aquilo que no livro “Think Big” aconselhado é: “Se você sabe apenas o suficiente sobre algum assunto, seu progresso irá se estagnar; por isso, é bom sempre tentar saber mais do que o suficiente, para poder se manter confiante e sereno”.
            Para ter verdade na voz.
            Entendendo que, como em todas as áreas da vida, não se pode cultivar apenas um estilo, com o fim de ter a limitação como assinatura. E sim, se valer de todas as técnicas para crescer, em função de uma imprevisibilidade.

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