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quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Verdade Alienígena: EMANUEL SWEDENBORG




            “No princípio, os povos constituíam uma só nação. Allah enviou os profetas como alvissareiros e admoestadores e enviou, por eles, o Livro, com a verdade, para dirimir as divergências entre os homens”, consta no versículo 213, da 02ª Surata, do Alcorão.
            Tudo porque, segundo o entendimento da linhagem “judaico-cristã-islâmica”, tudo parte de Adão, o seu 01º homem, e, ao longo da existência, segue por um caminho que, toda vez que se extravia, é corrigido por uma pessoa que nasce incumbida dessa missão.
            Todavia, essa pessoa, que é tida (e por ser tida) como um “Espírito de Luz”, pode ser chamada de “lúcifer”. Posto que ela “porta a luz” – o conhecimento – que, como uma lanterna ou um farol marítimo, indica uma determinada direção.
            E mais: essa entidade tem uma ascendência alienígena.
            Alienígena?
            Sim! Pois, a quantidade e a qualidade da sua bagagem intelectual extrapolam os limites da cuca de qualquer humano. Tanto que, no fim, ela acaba guiando o naco da humanidade que coaduna com a sua mensagem.
            Daí, surgindo as religiões, os reinos, os partidos políticos e até as torcidas de times de futebol, por exemplo.
            De onde se acha que um determinado cidadão tirou a autoridade para incidir sobre o arbítrio de outra pessoa?
            Ou o que é que leva alguém a aceitar a autoridade de outrem?
            De quem, no caso?
            De Emanuel.
            De “Deus Conosco”?
            Sim.
            Aí é fácil.
            É mesmo?
            Por quê?
            Porque o Emanuel de que se trata nasceu em 29 de janeiro de 1688, em Estocolmo, a capital da Suécia. Como progenitores tendo Sarah Behm Swedberg e Jesper Swedberg. E cresceu vendo, à direita, a Igreja Luterana e, à esquerda, o Iluminismo.
            Iluminismo que se autointitulava como o movimento das luzes.
            Ou seja, é o movimento de Lúcifer.
            Lúcifer?
            E não como significante. Mas como significado.
            Pois quem mais teria interesse em acabar com a religião, ou com o elo mais popular de religação com o Criador, do que o seu principal algoz?
            Talvez, “acabar” seja um termo drástico demais. Mas, ao menos, relegá-la a uma superstição; um passatempo para gente ignorante, na concepção dele.





            Conquanto que do outro lado estava uma instituição que tinha o intuito de se escorar nos princípios da Reforma Luterana, calcada nas “95 teses” que Martinho Lutero pregou na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517.
            Um texto em que ele versa contra os “vendilhões do templo” de sua época. Os quais, no caso, eram os padres, que vendiam as chaves do Reino do Céu através de uma Carta de Indulgência.





            Ou seja, cometiam uma espécie de “171 Espiritual”.
            Pois as portas da “Jerusalém Celestial” estão abertas para quem ama a Deus.
            Tanto que na Tese de Nº 43 ele diz: “Os cristãos devem ser ensinados que aquele que dá aos pobres ou empresta aos necessitados faz melhor ação do que aquele que compra indulgências”.
            Posto que, no Capítulo 25, do livro de Mateus, há o julgamento das nações. Que nada mais é do que um relato de uma visão do futuro. Em que, diante de um trono celestial, as nações se postaram e de Jesus, seu ocupante, escutaram: “Pois eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu, e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes me visitar”.
            Ao que os justos, a quem as palavras tocaram, retrucaram sobre a data em se dera tal fato.
            E Cristo respondeu: “... toda as vezes que fizestes isto a um dos mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que fizestes”.
            Ademais, aos 11 anos, ele ingressou na Universidade de Uppsala, onde Jesper, seu pai, que era sacerdote da Igreja Luterana, trabalhava como professor de teologia.


 



            Jesper Swedberg que alçado foi ao posto de Bispo da Catedral da cidade de Skara, em 1703.





            Doravante, em 1709, aos 21 anos, Emanuel completou seus estudos, ao obter uma licenciatura em filosofia, e, de acordo com o etos de sua época, viajou para o exterior.
            Onde, na Inglaterra, aprendeu as técnicas de astronomia de John Flamsteed.





            Flamsteed que, em 1675, pelo Rei Carlos II, fora nomeado como o 01º diretor do Observatório Real de Greenwich – no distrito londrino em que se situa o famoso Meridiano.





            Posteriormente, Emanuel também estudou botânica, geologia, mecânica e zoologia, em Amsterdã e Paris.
            E, em 1715, aos 27 anos, voltou para casa.
            Todavia, em 1716, ele começou a trabalhar, como assistente, para Christopher Polhem, o “Dédalo do Norte” – cujo apelido é uma referência ao arquiteto que construiu o labirinto em que o Rei Minos aprisionou o Minotauro.





            Polhem que dentre suas criações contabiliza a polhemiås – a “fechadura de Polhem”. Que, nos Estados Unidos, é chamada de cadeado escandinavo. Cuja estrutura se resume a um tambor com um fecho em cima que travado é quando uma chave, eroticamente, lhe é inserida na base e girada.





            Podendo ser encontrado, hoje, em qualquer loja que comercializa ferramentas.
            Consequentemente, abriu-se, no governo sueco, a vaga de assessor extraordinário do Conselho Real de Minas. E Emanuel foi indicado, por Polhem, ao Rei Charles XII, para assumi-la.





            E, em 10 de dezembro de 1716, ele acumulou mais essa função.
            Todavia, Swedberg passou a publicar a revista “Daedalus Hyperboreus”. Uma publicação científica cujo nome fazia uma alusão em latim ao apelido de Polhem. A qual tinha o fim de expor os projetos, em seus pormenores, do cujo e de sua autoria.





            Sendo que, na edição de 1716, Emanuel publicou um artigo alcunhado de “Máquina Para Voar no Ar”. Descrevendo um veículo, que criara em 1714, que muito se assemelhava a um disco voador.








            Ademais, em 1718, durante uma incursão militar contra a Fortaleza de Fredriksten, na cidade de Halden, na Noruega, o Rei Charles XII levou um tiro na cabeça e morreu.
            Então, Ulrica Leonor, seu irmã, tomou o trono.





            Ademais, em 1719, a Rainha Leonor conferiu à família Swedberg, em função dos feitos do pai e do filho, um título de nobreza, ao renomeá-la como Swedenborg (ou seja, elevou-a de “Montanha Sueca” para “Suécia Forte”).
            Ora que, no mesmo ano, Emanuel (agora) Swedenborg encerrou sua parceria com Polhem.
            Ocupando-se, assim, apenas com o Conselho Real de Minas.
            Contudo, do convívio com o Dédalo do Norte, o Suécia Forte tirou um pensamento em que estabeleceu um paralelo entre o sistema mecânico e a ciência natural.





            O que o levou, em 1734, aos 46 anos, a publicar a “Opera Philosophica Et Mineralia (Philosophical and Metallurgical Works) – a “Obra Filosófica e Mineral (Trabalhos Filosóficos e Metalúrgicos) –, que escrevera em latim – o idioma universal da época. Cujo 01º volume se chama “Principia Rerum Naturalium” – o “Princípio e a Causa Natural” –, o 02º, “Regnum Subterraneum Sive Minerale de Ferro” – o “Reino Subterrâneo e Mineral de Ferro” – e, em 03º, “Regnum Subterraneum Sive Minerale de Cupro e Orichalco” – o “Reino Subterrâneo e Mineral de Cobre e Oricalco”.
            (Oricalco que, ademais, era o material que envolvia o Templo de Poseidon, em Atlântida.)
            Dentre os demais livros que, pospositivamente, ele publicou se destaca “Prodromus Philosophiae Ratiocinantes de Infinito” – a “História da Filosofia Racional do Infinito”. Dado que, a partir deste título, ele passou a flertar com o misticismo. Pois, nele, ele trata da imortalidade da alma.
            Ademais, em 1735, o Bispo Swedenborg faleceu.
            Em 1740, então, aos 52 anos, Emanuel se aventurou pela área da anatomia, ao publicar “Oeconomia Regni Animalis” – a “Economia do Reino Animal”.
            (Entendendo que o termo “economia” é referente ao funcionamento estrutural de um todo; e não, somente, a dinheiro.)
            Então, em 1743, aos 55 anos, Swedenborg teve a sua 01ª epifania.
            Epifania?
            Sim! Pois, uma viagem astral perpetrou.
            Interpretando-a, contudo, como a memória de um sonho.
            Um tipo de sonho que se tornou rotineiro.
            E, dentre os tantos que experienciou, encontrou, em um, um homem que lhe pareceu ser Jesus Cristo.
            Sendo que essas experiências foram registradas por ele em um manuscrito, que, em 1859, foi encontrado e publicado com o nome de “The Journal of Dreams” – o “Diário dos Sonhos”.





            Ademais, em abril de 1745, aos 57 anos, seus chakras se abriram completamente. Tanto que, em razão disso, ele passou a vivenciar o mundo espiritual em tempo integral.
            Então, em 1747, ele fez uma nova transição. Quando não só recusou uma promoção como pediu dispensa do Conselho Real de Minas, após 30 anos de serviços prestados, para se dedicar aos estudos místicos.
            Todavia, em 1749, aos 61 anos, ele publicou seu 01º livro esotérico: “Arcana Coelestia” – o “Mistério do Céu” –, em que faz uma exegese dos livros do Gênese e do Êxodo. O qual publicou em Londres, com o fim de evitar uma condenação por heresia, na Suécia.





            Sendo que o termo “heresia” vem do latino “haerĕsis” e se refere àquele que tem uma opinião.
            Mas que tipo de opinião?
            Bem, na aula que trata da “Patrística e Escolástica”, do “Curso de História Essencial da Filosofia”, o Professor Olavo de Carvalho disse que “Heresia é uma doutrina cristã” – um conjunto de ideias que sustenta esse tipo de fé. E prosseguiu: “... para uma doutrina ser considerada herética, ela tem de ser cristã, em 01º lugar”. “... não se pode dizer que o budismo é uma heresia. O budismo é outro negócio. É outra religião”, ficando claro que não é um cruzamento de religiões. E sim, um desvirtuamento de uma. Como ele esclarece, ao dizer que “... uma heresia é uma falsa doutrina cristã”.





            Então, em 1758, aos 70 anos, em Londres, Emanuel publicou novos títulos: “Céu e Inferno” – em que trata da vida além da vida, ao descrever o céu, o inferno e os espíritos que os habitam –, “Cavalo Branco” – em que fala do significado oculto da Bíblia, ao analisar o cavalo branco que é citado em Apocalipse 19:11 –, “Outros Planetas” – em que migra para a ufologia, ao discorrer sobre o contato que teve com os espíritos de pessoas que viveram em Mercúrio, Marte, Júpiter e outros astros –, “Juízo Final” – em que aborda o fato de que o fim dos tempos teria ocorrido, em 1757, no plano espiritual; e cujo efeitos viriam a ser sentidos na 03ª dimensão – e “Nova Jerusalém” – em que versou sobre o evento que se deu depois do Juízo Final: a criação da Nova Jerusalém; não como uma cidade física; mas como uma era espiritual que se iniciaria no século XVIII.





            Todavia, a partir de julho de 1759, Swedenborg passou a exercitar a clarividência. Quando – como John Smith, o protagonista do romance “A Zona Morta”, de Stephen King –, em um jantar, na cidade Gotemburgo, ele começou a descrever um incêndio, que colocava sua residência, em Estocolmo, em perigo. E, horas depois, se tranquilizou, ao dizer que o fogo fora apagado.
            O que, após 02 dias, esclarecido foi.





            Dado que uns mensageiros lhe entregaram um relato que legitimava a visão.
            Doravante, a prolixa produção de Swedenborg não se estagnou. E, em 1763, ele lançou “Amor Divino e Sabedoria” – em que, além de tratar da natureza de Deus, ele faz uma “DR” entre os mundos físico e espiritual – e, em 1764, a “Divina Providência” – em que discorre sobre a questão: “Se Deus é bom, por que ele permite que o mal exista?” Então, em 1766, ele publicou a “Revelação Revelada” – em que faz uma exegese do livro do Apocalipse.





            Ademais, ainda nos idos de 1766, em Königsberg, na (então) Prússia (hoje, Alemanha), Immanuel Kant publicou “Sonhos de um Visionário”. Em que refutava a obra de Swedenborg, ao estabelecer um cisma entre “fenômeno” e “ciência”.





            No caso, realizando o ideal iluminista – de transformar a religião em uma superstição.
            Mas já não se falou disso?
            Sim!
            Quando mesmo?
            No começo desse artigo.
            Assim que se tratou da pretensão do algoz de Deus.
            Que não só se consumou como desembocou em coisa pior: o Positivismo.
            O arremedo de filosofia do francês Augusto Comte.





            Sendo que Augusto Comte cunhou a frase: “L’amour pour principe et l’odre pour base; et le progrès pour but” – “O amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim”.
            Da qual, por compactuar com o Positivismo, Raimundo Teixeira Mendes extraiu as palavras que formam o slogan: “Ordem e Progresso”. E o enfiou no desenho da bandeira brasileira, que foi, oficialmente, desfraldada em 19 de novembro de 1889.





            O que, talvez, explique o fato de o Brasil ser um país atravancado. Ou, como fora observado pelo General Charles de Gaulle, o motivo de que não seja sério. Já que, no coração da bandeira, há uma faixa que, com esse slogan positivista, corta as estrelas. Como que dizendo para um povo edemicamente conservador o seguinte: “Ignore o firmamento”.
            Mas isso é outro assunto.
            Ademais, em 1768, a obra de Swedenborg passou para um 02º plano. Ou, pelo menos, permaneceu no 01º, por uma não nobre razão. Dado que, em 27 de dezembro, um obscuro personagem instou o Consistório Luterano de Gotemburgo a proibir a circulação dos livros dele, com o argumento de eram heréticos. Obtendo o apoio do Bispo Eric Lamberg, o presidente do consistório, e de Olof Andreae Ekebom, o reitor da universidade local.
            Ora que o Reitor Ekebom incrementou a acusação com a conversa de que Emanuel Swedenborg disseminava o socianismo.
            Socianismo que deriva, por osmose, do nome Socinus. Que, por sua vez, é a versão em latim do sobrenome Sozzini – que é o diminutivo de sozzi: “sujo”; ou seja, “sujinho”.





            E, assim, o é por discriminar a doutrina que fora pregada pelo teólogo italiano Paolo Fausto Sozzini, no Século XVII. O qual a receberá, “deglutida”, de seu tio, o teólogo Lelio Sozzini.





            Lelio que, durante suas investigações teológicas sobre a santidade de Cristo, mais especulou do que auferiu.
            E, por isso, levou o sobrinho a dar um passou adiante e negar, taxativamente, a santíssima trindade, a imaculada concepção e, consequentemente, a divindade de Cristo.
            Fazendo com que, em 15 de abril de 1769, Emanuel Swedenborg escrevesse uma missiva em que refutava as alegações de Ekebom.
            Contudo, não adiantou.
            Já que o imbróglio atingiu dimensões dantescas. Pois, de um lado, estava Swedenborg, um herói nacional, e, do outro, uma acusação de heresia que fora movida pelos membros de uma igreja à qual seu pai servira como Bispo.
            E, assim, a coisa chegou ao Conselho Real.
            Onde, em abril de 1770, uma comissão aprovou um relatório em que, praticamente, eram acatadas todas as afirmações de Ekebom.
            O qual foi aceito.
            Assim, fazendo com que os partidários de Swedenborg fossem proibidos de usar os textos dele, que seus livros fossem completamente censurados e tirados de circulação, com o adendo de que os funcionários da alfandega confiscassem qualquer obra que lhes caíssem nas mãos.
            “Lex quanvis irrationatis, dummodo sit clara” – a “lei, ainda que irracional, quando clara, deve ser aplicada”.
            Contudo, o fato de ela não ser clara não a faz racional.
            Por isso, em 1771, então, aos 83 anos, Swedenborg começou a escrever o “Verdadeiro Cristianismo”, a fim de voltar para a briga.
            Porém, não conseguiu publicá-lo. Dado que essa mixórdia acabou com o que lhe restava de saúde. Fazendo com que, em dezembro, em Londres, ele sofresse um derrame.
            Então, em 29 de abril de 1772, ele faleceu, na capital inglesa.
            Ademais, seu funeral se deu na Catedral Luterana, que seu pai fundou, em 1710.





            E, em 1908, seus restos mortais foram levados para a Catedral da cidade de Uppsala.





            Por fim, 15 anos após a sua morte, em 07 de maio de 1787, na Inglaterra, começou a nascer um movimento que recebeu a alcunha de Nova Igreja, com o fim de peregrinar pelos locais em que Swedenborg perambulou e no qual morreu.
            Todavia, como um modismo, vários grupos foram criados com esse fim.
            E, em abril de 1789, esses grupos realizaram a 01ª Conferência Geral da Nova Igreja, em Great Eastcheap, em Londres. Uma conferência que serviu de modelo para outras, que ocorreram em diversas localidades do disco terrestre. Nascendo, de algumas delas, uma estrutura permanente, que passou a existir com o nome fantasia de Igreja Swedenborgiana.


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