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No livro “Palestra Sobre as Palavras da Verdade Proferidas por Buda”, do Mestre Ryuho Okawa, uma explicação se encontra da prece principal da Happy Science. Que, como o título da obra diz, são as “Palavras da Verdade Proferidas por Buda”.
Da qual, 02 versos se destacam: “Os filhos de Buda se tornaram Seres Humanos Verdadeiros / Os Seres Humanos Verdadeiros possuem Espiritualidade”.
Mas o que é a espiritualidade?
Para se chegar a essa resposta, basta colocar os versos de trás para frente: “Espiritualidade possuem os Verdadeiros Seres Humanos / Verdadeiros Seres Humanos se tornaram os filhos de Buda”.
Bem, “Buda” se origina do sânscrito “Buddha”, que significa “O Iluminado”.
Ou seja, é uma condição.
Que, no Budismo, refere-se à evolução de Sidarta Gautama. Sidarta Gautama que se despiu das afetações inerentes à 03ª dimensão – os apegos – e encontrou o “sentido de eterno”.
Ou, no caso da Happy Science, a do Mestre Okawa. Que, em 1986, experienciou uma epifania e deslindou a verdade das dimensões superiores ao se aprofundar no “sentido de eterno”.
Sentido de eterno que – como foi esmiuçado no artigo “Sentido de Eterno”, que publicado foi no Mochileiro Místico, em 09 de dezembro de 2020 – coloca a matéria como um estado. Já que ela não se basta em si. Pois não resiste à ação do tempo.
Ademais, para se entender o filho, deve-se conhecer o pai.
E, para se estudar Buda, se analisará a Luz à luz do maior ícone cultural do Século XX: o Rock.
No caso, por meio da voz de seus principais poetas.
Que, em alguns casos, jogaram luz e, em outros, um pouco de sombra sobre o imaginário de uma juventude que não dispunha de maturidade intelectual para interpretá-la.
Sendo que, nesse estudo, se terá como guia a música “Brainwashed”, de George Harrison.
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Todavia, o termo “brainwashed” cunhado foi, oficialmente, por Edward Hunter, um jornalista, no periódico “Miami Daily News”, em 24 de setembro de 1950, ao intitular um artigo que tratava da adesão quase voluntária ao comunismo na China. Cujo título era “Táticas de Lavagem Cerebral Obrigam os Chineses a Aderir ao Comunismo” – Brain Washing Tactics Force Chinese Into Ranks of the Communist.
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Em que ele se apossou da tradução do termo chinês: “xinao” (洗腦) – “xi” (洗), lavagem; e “nao” (腦), cérebro.
Dado que o mesmo era utilizado, sem cerimônia, em seu país de origem. Pois o PCC nunca fez questão de escondê-lo.
E que, em 1961, Robert Jay Lifton, um psiquiatra norte-americano, esmiuçou no livro “Reforma do Pensamento e a Psicologia do ‘Totalismo’” – a Thought Reform and the Psychology of Totalism. Onde ele registrou os “08 critérios para a reforma do pensamento”.
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01 – Controle do Meio: o manejo da comunicação dentro de um grupo, com o fim de gerar um isolamento social.
02 – Manipulação Mística: o exercício da autoridade espiritual através da feitura de profecias e da alteração da história.
03 – Demanda por Pureza: a criação de um mundo uníssono.
04 – Culto da Confissão: a famosa “urgência de culpa”; quando a pessoa é induzida a crer que cometeu um pecado e, por conta disso, deve se confessar, a fim de permanecer no grupo.
05 – Ciência Sagrada: quando a doutrina do grupo ganha o status de verdade suprema; uma verdade oriunda, quiçá, de Deus ou da cuca de um “iluminado”.
06 – Característica do Idioma: quando, por meio da “novilíngua” se traça um cisma entre quem está dentro e fora do grupo.
07 – Doutrina da Pessoa: quando a experiência de cada ente do grupo é submetida ao crivo da verdade coletiva; ou seja, é o mote para que se apague aquilo que a pessoa sabe.
08 – Dispensando da Existência: quando o grupo opta pelo direito ou não de alguém existir; tal como quando se prioriza o aborto.
Ou seja, é o preambulo da Família Manson.
Ademais, na música do álbum homônimo, que foi lançado em 2002, George Harrison descreve a sociedade moderna como um produto da Nova Ordem Mundial. E, por isso, pede a Deus que nos salve por meio de uma lavagem cerebral.
Nos seus versos dizendo: “Deus, Deus, Deus / Dum pranto soou lá na vastidão / Deus, Deus, Deus / Se deu na mais longa noite / Deus, Deus, Deus / Na infinitude das trevas / Deus, Deus, Deus / Um qualquer mexeu na sua espiritual luz”.
Logo, ele mostra que, dentro da ordem vigente, “qualquer um” pode fazer com que a palavra de Deus não seja tão forte. Não pelo fato de que ela não contenha um significativo conteúdo. Mas porque a inversão de valores faz com que ela se dobre diante de qualquer lorota.
Mas será que a audiência é tão desqualificada assim?
Na canção “Dear God” – Bom Deus –, que nasceu de uma parceria entre Elton John e Gary Osbourne e que está no lado A de um single, que lançado foi em 1980, se pede por uma manifestação divina. Que, na 03ª dimensão, se traduziria em um milagre.
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Tudo bem... Com um milagre, até o mais incrédulo dos ateus fica ressabiado.
Mas é preciso de um milagre para se crer em Deus?
Nos versos da canção se lê: “Bom Deus, dê-me a mão / É tão real o Seu plano / Bom Deus, em Ti nós cremos / Se nós a Ti falhamos, não nos falhe”.
Sendo que, quando Elton John diz “dê-me a mão”, de antemão, ele assume a sua crença em Deus. E, ao dizer “se nós a Ti falhamos”, ele corrobora com George Harrison, pois, reconhece que o homem se tornou uma vítima da própria fragilidade. Por conta disso, acrescendo: “não nos falhe”.
Dado que, se o homem é feito à imagem e semelhança de Deus, supõe-se que Deus também tenha seus momentos de devaneio.
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Ademais, na canção “Deus Vai Acabar com Você” – God’s Gonna Cut You Down –, do álbum “American V: A Hundred Highways”, que lançado foi em 2006, Johnny Cash diz que Deus irá punir aquele que se interpõe entre o Criador e criatura.
Em seus versos relatando: “Bem, meu Senhor gracioso, se atente a essa nova / A garoa fria caía de madrugada em mim / E, no chão, de joelhos, falei com o homem da Galileia / Que comigo falou com o canto mais doce / E pensei ouvir os passos dos anjos, ali / Ele disse meu nome, e meu peito, então, travou / Quando disse: ‘John, seja-me fiel’”.
Logo, quando Johnny Cash diz: “A garoa fria caía de madrugada em mim”, ele confessa ter estado nas trevas. Depois, fala: “falei com o homem da Galileia”, relatando uma experiência mediúnica. Que não é oriunda de um milagre. Mas do quanto uma pessoa sensível ao supranatural é.
O que depende, única e exclusivamente, do quanto seus chakras desenvolvidos estão.
“Deus, Deus, Deus / Seu é o saber que se quer / Deus, Deus, Deus / O amor que se quer / Deus, Deus, Deus / Seu âmago é infinito / Deus, Deus, Deus / É existência, instrução e brilho”, prossegue George Harrison.
Colocando o conhecimento como uma das principais características de Deus.
Tanto que em Apocalipse 22:13 consta: “Eu Sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Derradeiro, o Princípio e o Fim”.
Pois o saber se opõe à ignorância – as trevas.
E, por isso, se abre uma lacuna para se observar que Deus em inglês é “God”. Que, por sua vez, vem do proto-germânico “guthan”.
“Guthan” que foi preservado no gaélico escocês – uma variação do citado idioma – e que significa “vozes”.
Vozes de quem?
Ninguém sabe.
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Mas o filme “O Dorminhoco”, que foi lançado em 1973, sob a direção de Woody Allen, traz a ideia de que God, de trás para frente, é Dog.
E, como o plano astral é o inverso do material, seria uma referência a Anúbis, o guardião dos mortos?
O Deus anglo saxão é um cão?
Mas cão não é um sinônimo de diabo?
Fica ao critério de cada um.
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Todavia, no álbum John Lennon / Plastic Ono Band, de 1970, há uma música alcunhada de “God”. Uma canção em que, em um momento de amência, John Lennon se desfaz das suas crenças e valores para ficar com Yoko Ono.
E aqui se abre uma nova lacuna. Agora, para se acusar o motivo que levou as campanhas contra as drogas ao fracasso. Que se encontra no fato de que elas nunca enfiaram o “dedo na ferida”. Em alguns casos, no máximo, se concentrando em um mero jogo retórico como: “Se droga fosse bom não teria esse nome”.
Quando, no mínimo, deveriam descortinar as consequências do vício. Mostrando, por exemplo, a contracapa do álbum “Unfinished Music No. 1: Two Virgins” sobre o seguinte título: “É isso que a droga faz com o homem”.
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Fora isso, a canção começa com os versos que dizem: “Deus é o conceito / Em que nós medimos / A dor”.
“Duvido muito que semelhante sofrimento nos torne ‘melhores’; - mas sei que nos torna mais profundos”, diz Nietzsche em “A Gaia Ciência”. Sem se ater a um sofrimento em particular. Dado que a intensidade de uma dor só pode ser auferida como fraca ou forte por alguém que é alheio a ela. Pois, sob a pele de quem a sente é o mais pesado dos fardos.
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Assim, chegando à conclusão de que os versos de John Lennon se referem a uma percepção. E não, obrigatoriamente, àquilo que realmente é.
Fazendo com que a existência de Deus seja o pré-requisito para a existência das trevas.
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Ademais, no álbum 13, de 2013, a banda Black Sabbath lançou a música God is Dead? – “Deus Está Morto?” Em que trata de uma pessoa que é convidada (provavelmente, por um iluminista) a ir para o inferno.
Sendo que ela assente e, por não encontrar algo que a remeta a Deus, passa a acreditar que Deus está morto.
Aqui, se materializando a máxima de Lenin: “Acuse-os daquilo que você faz, xingue-os daquilo que você é”.
Pois só um iluminista é capaz de encaminhar alguém para as trevas.
E, assim, a canção diz: “Perdido nas trevas / Eu saio dessa luz / Fé em meu pai, meu irmão, meu Autor e Salvador / Façam-me fazê-lo através da noite / Sangue do meu espírito / E algoz da mente / Sem essa dor eu saio da minha tumba para a nova dor / Pois meu corpo é um templo...” “... O sangue vai livre / E vem chuva rúbia / Mostre-me seu vinho / E pegue seu pão / Que as vozes cantam sem parar / Seu Deus vive ou seu Deus morre?”
Todavia, “Deus está morto” é uma afirmação que Friedrich Nietzsche fez em “A Gaia Ciência”: “O mais importante dos acontecimentos recentes – o fato de que ‘Deus está morto’, o fato de que a crença no Deus cristão se tornou impossível – começa já a projetar sobre a Europa suas primeiras sombras”.
Frisando-se: o “Deus cristão”.
“De fato...”, prossegue o texto, “... nós, filósofos e ‘ espíritos livres’, sabendo que ‘o Deus antigo está morto’, nos sentimos iluminados de uma nova aurora”.