No
programa “Desafie o Chef”, veiculado pela VTV – uma afiliada do SBT, na baixada
santista –, em 2016, exibido foi um episódio em que se tratou do restaurante
“Dalmo Bárbaro”. Um empreendimento que fica no Guarujá e tem Flávia Bárbaro, a
filha do homônimo fundador, como atual proprietária.
Todavia,
Flávia Bárbaro entrevistada foi pela Chef Maísa Campos, a condutora do
programa. E, durante a entrefala, contou que, em seu primórdio, o restaurante
teve Silvio Santos como freguês.
Silvio
Santos que, no entanto, ainda era apresentador de rádio e passou a divulgar a
mariscada da casa para sua audiência. Assim, transformando-a, tal como fizera,
posteriormente, com o salão de cabeleireiro do Jassa, em São Paulo, em um ícone
do litoral.
Tudo
porque ele é um homem próspero.
“Próspero”
que é uma palavra que deriva de “prosperus”. Um termo em latim que significa
“bem sucedido”.
Ou
seja, aquele que materializa o seu intento.
O
que se dá não quando a pessoa faz o que gosta.
Dado
que o oposto disso cria um cenário onde se mistura prazer com profissão. Em que
a cuja tende a se acomodar. Amparada numa ilusão de êxito.
Quando
o ideal é que a dita goste do que faz.
Pois
faz com que ela se comprometa com sua real missão: que é sobreviver.
E
é por isso que Silvio Santos não é um comunicador. Como se venturou falar. Mas
sim, um vendedor. Um vendedor que se vale da sua verve comunicativa para
garantir a sua existência.
Assim,
se notando que a prosperidade é um processo com início, meio e fim.
No
qual, a decisão de se estabelecer uma meta limpa e límpida faz com que se
transmute o decurso em estilo de vida.
Algo
que, em raríssimos casos, não funciona.
Principalmente,
quando o ato de só se ater à meta se torna um mote para se desenvolver uma
ansiedade.
Pois
gera um atropelamento do curso.
Em
que o sucesso apenas ocorre por acidente.
Algo
que, através de uma cuca fraca, serve de escopo para se transformar a burrice
em método.
O
que, no Brasil, é um moto-contínuo. Posto que o cidadão brasileiro mediano é
simplório por excelência. E, por isso, prefere o minimalismo.
Logo,
quer complicar a vida de um brasileiro?
Ofereça-lhe
opções.
Sendo
que as tais foram apresentadas, em 29 de janeiro de 2017, no Templo Shoshinkan,
da Happy Science, em São Paulo. Em uma palestra chamada de “Como Ter Riqueza
Infinita”. Que ministrada foi pelo Sr. Kazuhiro Ichikawa, o diretor
internacional da organização. E na qual ele tratou dos hábitos que transformam
a prosperidade em estilo de vida.
A
começar pela reflexão.
Que
deve se perpetrada em dois tempos.
“No
passado”, ao se analisar a vida pregressa como um espectador. Fazendo uma
análise dos erros e acertos.
Como
o Mestre Ryuho Okawa expressa, no livro “As Leis da Invencibilidade”, ao
afirmar: “Alguém que examina a situação a certa distância, e que não tem
interesses investidos nela, pode perceber coisas que as pessoas envolvidas não
são capazes de ver”.
E,
assim, treinar a mente para um “autoconfronto”.
O
que se dará no “futuro”.
Numa
situação que se tornará similar a que Raul Seixas cantou em “Metamorfose
Ambulante” – uma balada de sua autoria, que está no álbum “Krig-Ha, Bandolo!”,
de 1973 –, ao versar: “É chato chegar a um objetivo num instante / Eu quero
viver essa metamorfose ambulante / Do que ter aquela velha opinião formada sobre
tudo”.
E,
logo, ir para um momento onde, através da imaginação, se poderá reduzir o tudo
ao nada. Tendo, então, o porvir como uma tela em branco; apta a ser preenchida
com uma interpretação da realidade. Que será criada a partir de uma ideia de
“fim” e traçada com uma concepção de “meio”.
Como
a que servil de mote para o discurso realizado, na Universidade Rice, em
Houston, no Texas, em 12 de setembro de 1962, por John Kennedy.
Quando
o então presidente norte-americano disse: “Alguns nos inquiriram: ‘Por que a
Lua? Por que escolher este como nosso objetivo?’ Eles também podem perguntar:
‘Por que subir a montanha mais alta?’ Por que, há 35 anos, sobrevoar o
Atlântico? Por que a Universidade Rice joga contra Universidade Texas? Nós
escolhemos a Lua! Nós escolhemos ir à Lua nesta década e fazer mais. Não porque
seja fácil. Mas porque é difícil”.
E
que não lhe tornou o discurso árduo, pois ele não mentiu. Dado que, ao seu
lado, os Estados Unidos tinham o engenheiro nazista Werner Von Braun.
Ademais,
como segundo hábito está a prática da leitura.
Primeiro,
pois o que separa a pré-história da história é a invenção da escrita. Que,
graças aos sumérios, deu ao homem a chance de registrar a memória e,
consequentemente, transformá-la em ciência.
Em
segundo, porque, se há um escritor, é porque há um leitor. Um receptor de
informação que, em seu cérebro, decodifica os códigos compostos pelo primeiro e
os reagrupa em forma de imagens. Com isso, ampliando seus campos cognitivos.
Ao
contrário do que ocorre com a TV. Que, como um PF intelectual, entrega tudo
pronto e apto para uma degustação mecânica. Não exigindo que o receptador
“queime a mufa”, a fim de preencher as lacunas que separam a ficção da
realidade.
Sendo
que, para exercitar a cachola, é indicada a obra de Júlio Verne. Que é o autor
mais importante da humanidade. Pois, em função da sua sapiência, os terráqueos
deram vários saltos evolutivos (inspirados a viajar à Lua, por exemplo). E que
de cuja bibliografia emergem “Viagem ao Redor da Lua”, de 1865, “Vinte Mil
Léguas Submarinas”, de 1870, e “Atribulações de um Chinês na China”, de 1879.
Agora,
como terceiro hábito há a disciplina.
Que
é o método pelo qual se amplia (não no sentido vertical, mas no horizontal) o
campo de atuação. Transformando a realidade alternativa em realidade ativa.
Tanto
que, no livro “Valores, Prosperidade e o Talmude”, seu autor, Larry Kahaner
escreveu: “Para as mentes ocidentais, o Talmude é escrito de um modo peculiar.
Devido a um protocolo de pontuação próprio, as sentenças afirmativas podem ser
lidas como interrogativas, e as interrogativas, muitas vezes, podem ser lidas
como afirmativas”. Ou seja, o Talmude estimula o raciocínio por meio de uma
trapaça lúdica. E ele prossegue: “Os estudiosos do Talmude liam propositalmente
a mesma passagem de modos diferentes para serem obrigados a interpretar o texto
diferentemente”.
Donde
se conclui que discutir religiosidade com um rabino é pedir para passar
vergonha.
Pois,
por meio deste exercício, a pessoa expande, organicamente, o seu repertório
argumentativo.
E,
então, se dá o ensejo para o que Baltasar Gracián, em “A Arte da Prudência”,
explana, ao tratar da resiliência da perfeição, quando diz: “Deve-se
aperfeiçoar dia a dia. Tanto pessoal quanto profissionalmente, até se realizar
por completo, repleto de dotes e qualidades”. Mais adiante, finalizando: “O
homem completo – sábio na expressão, prudente nas ações – é aceito e até
desejado para privar do seleto grupo dos discretos”.
E,
por fim, como quarto hábito está o bom condicionamento físico.
Que
é o que permite estabelecer uma linha de equilíbrio entre o entusiasmo do corpo
e o da alma.
Dando
cacife para enfrentar o “lado negro da força”.
Como
o que Manoel Maria Barbosa du Bocage retrata no segundo quarteto e o primeiro
terceto do soneto alcunhado de “Descrevendo Uma Noite Tempestuosa”: “Desfeito
em furacões o vento irado / Pelos ares zunido a solta areia / O pássaro
noturno, que vozeia / No agoureiro cipreste além pousado / Formam quadro
terrível, mas aceito / Mas grato aos olhos meus, grato à fereza / Do ciúme, e
saudade, a que ando afeito”.
E,
também, para se esbaldar durante a bem-aventurança.
Pois
de que adianta o cidadão ter a Gisele Bündchen em sua cama e não ter ânimo para
abrir o zíper da calça?