Durante
o outono de 2016, a Cinemateca Brasileira apresentou o filme “O Intendente
Sansho”. Uma película de 16 milímetros, em P&B, baseada no homônimo conto, escrito
por Ogai Mori, que publicado foi em 1915. Que, sob a direção de Kenji
Mizoguchi, tem sua trama deflagrada por uma decisão de Masauji Taira –
interpretado por Masao Shimizu –, que, durante o período Heian, era governador
da província de Mutsu.
Dado
que, ao ver que a vitória era uma ilusão, seu povo poupou de um fardo mais
pesado do que a vergonha, ao não enviar homens e suprimentos para uma guerra
que o Clã Taira travava em prol do controle do arquipélago japonês.
E,
por isso, por traição condenado foi.
Então,
a fim de que só seu “ombro se esfolasse”, enviou sua família ao exílio.
Mas
não sem antes dar ao filho, Zushiwo – vivido na juventude por Masahiko Kato –,
a seguinte recomendação: “Um homem sem caridade não é um homem”. Posto que se
há de ser “severo consigo e generoso com os outros”.
Havendo
uma mensagem implícita nesse axioma. Que, como um espólio intelectual, serve de
mote para uma filosofia de vida. Já que fala para que o cujo seja forte. Pois
só quem tem poder pode jogar alegria no ânimo de um necessitado.
Do
contrário, ele só serve de “muleta pra malaco”. Ajudando o fodido a se arrastar,
até o barranco mais próximo, e, depois, qual um “beque atirado aos cães”, ainda
arcar com a culpa pelo infortúnio do infeliz.
Em A FILOSOFIA DE UM ASCETA se discorre
sobre a busca do MUNDO ESPIRITUAL. Ou seja, daquilo que transcende a TERCEIRA
DIMENSÃO. E que, parece se distanciar da REALIDADE, por conta do que ocorre nos
versos que RAUL SEIXAS tão bem cantou em EU TAMBÉM VOU RECLAMAR: “Dois
problemas se misturam / A verdade do Universo / E a prestação que vai vencer”.
Mas que podem se atar se, tal qual o YIN YANG, se compreender que, de um lado,
cabe à CIÊNCIA cuidar das coisas da TERRA, enquanto que, do outro, a RELIGIÃO deve
zelar pelos desígnios do CÉU. E, juntas, nos conduzir rumo à ETERNIDADE.