quarta-feira, 1 de março de 2017

Da Série "Sonetos Para a Juventude": TARDE ENEVOADA

            Dava-se uma tarde enevoada
            Nas ruas dum pequeno povoado
            Onde, em um carnaval de brados bravos
            O meu funeral era celebrado
          
            Mas não viram que o tempo foi passando
            E me causando uma certa sanha
            Que me fez destroçar, com desatino
            A tampa do caixão que me continha
           
            E depois, fui buscar, com toda garra
            Na veia da donzela que morgava
            O quente sangue que me foi negado
           
            E logo que a paz foi surrupiada
            Lá do céu só se viu uma arruaça
            Em que o povo cagava arrepiado

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CUESTA VERDE / Jornalismo de Verdade 16 de julho de 2022