quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Coluna Rio Sanzu: A ÚLTIMA FEITICEIRA DO AMOR





            Em 2019, lançado foi o filme “A Última Feiticeira do Amor”. Que, sob a direção de Hideaki Kiyota, como principal pano de fundo tem a plataforma de observação do Osanbashi Pier, um moderno terminal marítimo de passageiros do porto da cidade de Yokohama, no Japão.
            A qual funciona como uma praça.
            Onde, de um banco de jardim, Fuka Shiranami, a feiticeira, – que é interpretada por Yoshiko Sengen – e Yuichi Takenaka, um entusiasta da alquimia, – que é vivido por Kaito Umesaki – observam uma hipnótica roda gigante, que carrega a alcunha de Cosmo Clock.
            Sendo que o duo está ligado pelo “akai ito” – o fio vermelho.
            Ou o fio do destino.
            Que, na versão nipônica da lenda (como no filme mostrado é), por via astral, os ata pelos mindinhos.
            E, na China (de onde é oriunda), é amarrado nos tornozelos dos futuros cônjuges.
            Todavia, na narrativa original, consta a história de um menino que para casa ia, por uma trilha prateada. Iluminada pela Lua Cheia. Quando encontrou, pelo caminho, Xia Lao Yue – que significa “O Velho Sob a Lua” –, junto a uma árvore. E por ele foi informado de que havia uma esposa em seu destino.
            O que para o garoto pouco interessou. Dado que ele ainda não tinha despertado para o amor. E, por isso, pensou que a senilidade se apossara da cuca do coroa.
            Contudo, Xia Lao Yue é conhecido como o Deus do Casamento – uma espécie de Santo Antônio amarelo.
            E ao guri disse que ambos atrelados estavam por um fio vermelho, que lhes fora preso aos tornozelos.
            Então, o miúdo, que não sabia que era médium, se arrepiou. Dado que olhou para o pé e viu que o idoso não estava gagá. E, seguindo o fio, chegou diante de uma casa, onde, à porta, uma menina sentada estava.
            Nisso, o medo lhe arrancou o calor do corpo. Visto que ele, que já não fazia distinção entre o real e o imaginário, pensou que se tratava de uma assombração. E, com o fim de se distanciar da criatura, resolveu dar uma pedrada na cara da cuja.
            A qual fugiu dele.
            Ademais, o fedelho se escafedeu.
            E o fez em ziguezague.
            Emaranhando, assim, o fio pelo caminho.
            Um longo caminho.
            Tanto que ele cresceu, virou um homem e não encontrou uma mulher que o apetecesse.
            E, uma noite, ao perambular pela região em que vivia, viu, na sombra que batia na cortina da janela de uma casa, a atraente silhueta de uma mulher.
            Que, segundo as más línguas, se tratava de uma das mais belas mulheres que vieram ao mundo. Mas que, por conta disso, era refém da própria vaidade. A qual, por algum desconhecido motivo, raramente a deixava se exibir em público.
            Então, o cidadão foi “chorar as pitangas” para o seu pai. Que fez um acordo com o pai da outra, para que seus rebentos contraíssem o matrimônio.
            Doravante, eles se casaram.
            E, no dia do casório, ela se aproveitou do véu do vestido para se conservar incógnita.
            Um véu, aliás, que calçou até na alcova.
            Despertando, assim, a insatisfação do marido. Que, apesar de já ter visto tudo que era do seu interesse, queria ainda mais.
            Porém, ela negou!
            Com a justificativa de que tinha vergonha da pequena cicatriz que tinha sob a sobrancelha.
            O que o fez se interessar pela razão de tal desgraça.
            E ela lhe contou que, quando criança, fora atacada por um moleque burro, que, no nada, lhe deu uma pedrada na ideia.
            Então, ele se lembrou da noite em que encontrara Xia Lao Yue.
            Remoendo-se, assim, com a dor da culpa.
            Uma culpa que o motivou a tirar o véu que ocultava a face da sua esposa.
            O que quase o fez se esvair em lágrimas.
            Já que tinha se deparado com a mais bonita das mulheres.
            A quem confessou que um dia pegaria o pivete que lhe agrediu e o faria se arrepender da sua estupidez. Pois ao cujo mostraria o lugar em que ele deveria ter enfiado a pedra.
            Depois, beijou-a, ardorosamente.
            Enfim, concluindo que os nós que atam o fio do destino jamais serão desfeitos.

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