A mão, que de prazer me é tão farta
Que das unhas o brilho não descarta
Debaixo do amargor do breu mais forte
Como a bizarra e hostil garra da morte
Uma fatia de pizza segurava
Em que o gostoso azeite figurava
Selada por um naco de tomate
E o orégano chileno de arremate
Com o comprido fio de mozarela
Sem fim, como uma suja querela
Daquela que constrange o mais calhorda
Assim, indo e morrendo, bem na borda
Dum quadro que pintei em uma noite
Cujo pincel ergui, como um açoite