quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Coluna SNACK BAR - O Lado B da Humanidade: BELEZA, MALUCO?




            Com a ascensão da direita, entrou em cena a figura do “corno inconformado”.
            O corno inconformado é o cidadão que espera pelo dia em que na sua porta a ex-mulher irá bater. E, ao atendê-la, encontrá-la-á com o olho roxo e o dente quebrado.
            Contudo, ele só a vê, passeando pelo shopping, com a leveza de uma pluma. A ostentar, no rosto, um largo sorriso e, na barriga, um bucho, que não é de chope.
            Todavia, tal elemento carrega no grito a medida da sua insignificância. E, por isso, tenta externar a sua frustração política através da garganta de terceiros.
            De preferência, que tenha voz e não tenha vez.
            Como Raul Seixas.
            Que, como um boneco de ventríloquo, passou a ter a sua imagem usada por pessoas cujo cheque não é aceito nem com a anuência de 10 avalistas.
            E que, em um “festival de flatulência verbal”, dizem que o dito não era de direita e, portanto, seria contra o Presidente Jair Bolsonaro.
            Demonstrando desinformação e desonestidade.
            Dado que a má-fé do que propagam não provêm de uma sessão de mesa branca ou congêneres.
            Conquanto que a ignorância se dá em razão de um analfabetismo funcional latente – proveniente, é claro, do sistema “educacional” de Paulo Freire, que tanto idolatram. Que os cegam para o fato de que alguém que compôs e interpretou “Sapato 36” jamais seria de esquerda.
            O que fica evidente quando se analisa a música à luz do misticismo – que era uma das especialidades de Raul. Remetendo o tema à carta do Eremita, no tarô. Posto que a soma de 03 com 06 resulta em 09. E representa a evolução do homem. O qual passa pela loucura da juventude, formata a sua personalidade com as experiências que experiencia e se transforma em um indivíduo – um ente que indivisível; único.
            Assim, fazendo com que Raul Seixas possa ser considerado, no máximo, um “anarco-conservador”.
            Visto que, de um lado, ele nunca deixou de falar da sua relação com Deus. De afagos e ranhuras. Mas nunca de negação. Abraçando a fé, que é um dos pilares do conservadorismo.
            E, do outro, jamais se submeteria a um Estado em que o cidadão é o escravo de um governo, ou de um projeto de poder, que rasga a Constituição quando lhe convém.
            Para viver (isso sim) em uma sociedade em que o governo existe, única e exclusivamente, para servir ao povo.
            Como está estipulado no Artigo 01º, parágrafo único, da Constituição Brasileira: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente...”.
            Por isso, sempre que alguém se munir do direito de colocar na boca cheia de dentes do lendário Raul Seixas a sua lamúria política, há de se interpelá-lo se o mesmo, antes de vestir o “paletó de madeira”, lhe deu uma procuração que o imbui de tal autoridade.

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CUESTA VERDE / Jornalismo de Verdade 16 de julho de 2022