Com a ascensão da direita ao poder, em função da eleição do Presidente Jair Bolsonaro, em 2018, se testemunhou uma viral e visceral viração de casaca. Perpetrada, sem a menor demonstração de constrangimento, por quem queria constranger os “vermelhos” com a sua autoridade moral.
E que, por medo de que a sua máscara de Guido Fawkes se arrebentasse no chão, o fez com o nariz erguido.
Tudo porque esse cidadão se valeu de uma “perda de informação” de seus seguidores.
Que resultou do fato de que, só tiveram eles, em função da distância, acesso a quase 15% de um todo.
O qual, no caso, em sua pregressa vida, flertou com a esquerda.
E que, no entanto, fez uso de um método interpretativo de Constantin Stanislavski para tal.
Um método que consiste em pinçar dos arquivos mentais os elementos que irão compor a personalidade de um personagem.
Dado que nestes arquivos estão as informações de tudo que se viveu. Desde antes do 01º choro até essa última “palavra”.
Contudo, sustentar um papel, por uma hora ou mais, sobre um tablado, é, perfeitamente, administrável.
Agora, por tempo integral, se torna um ato de autoflagelo.
Por isso é que, vez por outra, o dito deixou escapar 05% do que não estava no script.
Como quando um casal começa a namorar. E, no calor da orgia, o príncipe se empolga e esquece que o lado plebeu da princesa tem seus limites. Deixando-a meio ressabiada.
Depois de um tempo, então, a necessidade de atuar, com o intuito de reproduzir, se torna inócua e a coisa debanda.
Com ele, de um lado, soltando a barriga, e ela, do outro, pendurando a calcinha, com algumas suspeitas nódoas, no box do banheiro.
Ademais, com a eleição de um conservador, o elemento em questão passou a ter, diante si, a perspectiva de uma vida que não queria e pela qual lutou, com o fim de não construí-la.
Mas por que é que ele participou disso, então?
Alpinismo social?
Só um psiquiatra pode precisar.
