Nessa
casa, não há horário
Na
penumbra, não há nome
Ninguém
tem sobrenome
Não
há passado ou presente
O
futuro está ausente
E,
em um instante de euforia
Por
trinta centímetros de alegria
Ela
largou quinze centímetros
Da
mais pura paixão
Com
antecedência, avisando:
“Sexo
é com o outro
Amor
é só contigo
Sexo
é com a outra
Gozar,
é só comigo”
Nessa
noite, tudo é aderente
Toda
mão é bem quente
No
buchicho, sobra palavrão
Toda
boca tem um jargão
Há
uma obscenidade à beça
Que
orbita em cada cabeça
E,
na crença do ardor
Ele
abre mão do seu amor
Por
quatrocentos mililitros
Da
mais vera devassidão
Com
antecedência, alertando:
“Amor,
some daqui
Porque,
aqui, é certo
Me
deleito com aquela
Que
estiver por perto”