quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Coluna Rio Sanzu: A VERDADEIRA EXORCISTA





            “Tóquio é a cidade mais mística do mundo”.
            É?
            Qualquer instituto brasileiro de pesquisa afirmaria, com a sua notória impecabilidade científica, que, de um lado, há 50% de chance de que essa afirmação proceda e, do outro, há 50% de chance de que ela seja inverídica.
            Só se sabendo que esta é a frase que abre a narrativa de “A Verdadeira Exorcista”. Um filme que lançado foi em 2020 e tem Shikyo Oda como diretor.
            Todavia, segundo o dicionário Aurélio, o adjetivo “mística” se refere a algo “relativo ao espírito, em oposição à matéria” – o “imaterial”.
            Aquilo que, em um mundo que foi deformado pelo pensamento iluminista, é chamado de “fenômeno”. Dado que o sistema de “pesos e medidas”, que cognominado é de “ciência”, o explica, mas não replica.
            Mas a ciência não é o senso comum da sociedade?
            Ou, pelo menos, não é isso que, diariamente, a imprensa esfrega na cara da sua audiência?
            Como é, então, que a sociedade irá se virar sem a “voz ‘oficial’ da sua consciência”?
            Não vai!
            Simplesmente, qualquer acontecimento do gênero é ignorado.
            Menos, é claro, por quem não corrobora com a “miopia intelectual” deste “ponto de vista”.
            Ademais, dentre esses fenômenos, o mais popular é a possessão demoníaca.
            Principalmente, por causa do filme “O Exorcista”, que veiculado foi em 1973. Que, sob a condução de William Friedkin, narra o infortúnio de Megan MacNeil – que foi interpretada por Linda Blair.


 




            Posto que a personagem é possuída por uma entidade que responde pela alcunha de Capitão Howdy.


 




            O qual, em 1977, em “O Exorcista 02, o Herege”, do diretor John Boorman, tem a sua verdadeira identidade revelada: Pazuzu – que, na mitologia sumeriana, é o rei dos demônios do vento.


 




            Doravante, em “A Verdadeira Exorcista”, Sayuri – que foi vivida por Yoshiko Sengen – se divide entre uma dupla jornada; em que, no horário comercial, trabalha como garçonete, na Cafeteria Extra, e, nas horas vagas, assombra as assombrações.
            E, assim, se depara com o Demônio Melephis – que foi interpretado por Ayuimi Orii. O qual atazana a ideia de Kyoka Takahashi – que incorporada foi por Rin Kilima – com seus conselhos.
            E aqui se abre um espaço se tratar de 02 pontos.
            O 01º é que nem toda possessão é nefasta.
            Pois nem sempre é o Satã que baixa no cidadão.
            Tanto que na palestra “A Possessão”, de 24 de setembro de 2019, o Mestre Ryuho Okawa disse que a maioria das pessoas “... deve pensar em ‘possessão’ com uma conotação negativa. Mas não é algo assim”. Pois “... na verdade, este mundo”, em que nós vivemos, “... é composto de entidades espirituais”. Dado que há “... os espíritos humanos e também os espíritos animais...” – os “não-humanos” (ou alienígenas) – e “... também, os seres esplêndidos, que foram criados por Deus”.
            Mas esses seres esplêndidos não são os famosos “espíritos de luz”? Aquelas entidades hippies – repletas de “paz e amor” – que os devotos do Movimento Nova Era tanto alardeiam?
            Digamos que são os “portadores da luz”.
            E, por tanto, também podem ser chamadas de “lúcifer”.
            Mas essas entidades são ou não são malignas?
            Bem, os conceitos de bem e mal, direita e esquerda, em cima e embaixo são coisas de humanos. E só servem para qualificar os eventos que ocorrem dentro de um campo limitado pelo tempo e pelo espaço.
            O que não ocorre no plano celestial. Onde tudo é balizado pelo pensamento.
            Ademais, o portador da luz, em questão, é quem traz uma mensagem de Deus. A qual, dentro de um estudo filosófico, deve ser analisado a partir de 02 pontos de vista: de um lado, observando aquilo que a luz coloca em evidência; do outro, aquilo que ela não evidencia.
            Já que o obstáculo que é denunciado pela luz produz uma sombra. E é na sombra que se esconde o perigo.
            Deixando claro que isso é um entendimento humano.
            Dado que Deus é o único que pode ter ciência das suas razões.
            E, em função disso, entender... Frisando-se: “entender”! E não, aceitar. Que a luz pode ocultar uma provocação. Como em uma possessão demoníaca, por exemplo.
            Mas por que é que Deus provocaria alguém dessa forma?
            Só ele pode saber.
            Quiçá, para fazê-la reagir. Forçando-a a pôr a fé para ferver.
            E o que seria melhor que um fenômeno, para esse fim?
            Ou seja, é algo que, no mundo iluminista, faria um cientista meter um paciente em uma camisa de força e esquecê-lo em um hospício.
            Ademais, o 02º ponto trata da possessão de ordem demoníaca. Que funciona como o verbo transitivo direto e o indireto.
            No 01º, por se tratar de um objeto direto, não carece de uma preposição para estabelecer uma regência verbal.
            E, do mesmo modo, todo possuído tem que ser um médium. Alguém que, devido ao desenvolvimento dos chakras, estabeleça uma conexão entre o plano material e o astral.
            Já no 02º, por ser um objeto indireto, ele precisa de um dativo – uma preposição – para emprazar uma regência verbal.
            Como é demonstrado no filme. Onde o Demônio Melephis utiliza Kyoka para atacar Sayuri.
            Um erro, pois, Sayuri é dotada de 06 potências supranaturais: 01º: a clarividência – que é a capacidade de observar a aura de uma pessoa, os espíritos que a cercam, sua vida pregressa e o plano astral, como um todo; 02º: a clariaudiência – que é a aptidão para ouvir músicas oriundas de outras dimensões; 03º: a leitura da mente – que é a faculdade de entender os pensamentos e as emoções das pessoas; 04º: a leitura do destino – que é a competência para traduzir a sina futura, presente e pretérita de alguém; 05º: a viagem astral – que é a habilidade de realizar uma experiência extracorpórea; e em 06º: a sabedoria espiritual – que é a perícia para dominar o próprio ego e exercer as experiências psíquicas sem se abalar com alguma afetação.
            Assim, ficando certo que a deprecação só pode ser feita por quem tem a condição de aferir o bem e o mal. E, consequentemente, tenha autoridade para instar o Maligno a se desconectar de um paciente.
            Logo, algumas dessas potências o exorcista deve possuir.
            “Ultra posse nemo obligatur” – “ninguém é obrigado a fazer mais do que pode".
            Pois, autoridade não é algo que se recebe; mas que se conquista.


 




            Tanto que, na Igreja Católica, em 24 de setembro de 1985, o, então, Cardeal Joseph Ratzinger (que viria a se tornar o lendário Papa Bento XVI), na Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, publicou a “Instrução Sobre o Exorcismo”. Em cujo texto escreveu que “Há alguns anos, certos grupos eclesiais multiplicaram reuniões para orar no intuito de obter a libertação do influxo dos demônios, embora não se trate de exorcismo propriamente dito. Tais reuniões são efetuadas sob a direção de leigos, mesmo quando está presente um sacerdote”.
            E aqui se abre um novo espaço para ver que, na era vigente, a possessão demoníaca se tornou corriqueiro em função da má-fé de um e de um efeito placebo sobre outro.
            Pois, de um lado, uma pessoa pensa que está sob a influência do Capiroto; e, do outro, a outra, como um empresário do Cramunhão, diz que ela está.
            Algo que, como já foi abordado, exige uma conexão espiritual.
            Do contrário, os ritos de exorcismo das igrejas evangélicas deveriam entrar no Guinness World Records (o antigo Guinness Book) como os maiores congregadores de médiuns da paróquia.
            Depois, no texto ele diz que “O cânon 1171 do Código do Direito Canônico declara que a ninguém é lícito proferir exorcismo sobre pessoas possessas, a não ser que o Ordinário do lugar tenha concedido peculiar e explícita licença para tanto”. Mais para frente dizendo que “Destas prescrições, segue-se que não é lícito aos fiéis cristãos utilizar a fórmula de exorcismo contra Satanás e os anjos apóstatas, contida no Rito que foi publicado por ordem do Sumo Pontífice Leão XIII; muito menos lhes é lícito aplicar o texto inteiro deste exorcismo”. Concluindo que “... pelas mesmas razões, os Srs Bispos são solicitados a que vigiem para que – mesmo nos casos que pareçam revelar algum influxo do diabo, com exclusão da autêntica possessão diabólica – pessoas não devidamente autorizadas não orientem reuniões nas quais se façam orações para obter a expulsão do demônio, orações que diretamente interpelem os demônios ou manifestem o anseio de conhecer a identidade dos mesmos”.
            Visto que o nome do demônio é uma chave que abre um portal – um stargate – para a sua dimensão de origem. Que, se não for corretamente pronunciado, pode, ao invés de expulsá-lo, fortalecê-lo. Ao abrir um canal para a entrada da sua gangue.
            Pois, em Marcos 05:01-09 é dito que “Jesus e seus discípulos chegaram à outra margem do lago, na região dos gerasenos. Logo que Jesus desceu do barco, um homem que tinha espírito impuro saiu do meio dos túmulos e foi a seu encontro”. E ao Cristo interpelou: “Que você quer de mim, Filho do Altíssimo? Por Deus, não me atormente”. Ao que o interpelado respondeu: “Espírito impuro, sai deste homem!”, e, para tal, acrescentou: “Qual é o seu nome?” Obtendo a seguinte informação: “Legião é o meu nome, pois somos muitos”.
            Sendo que, numa busca de embasamento para esse argumento, encontrada foi, em 02 exemplos, uma nova questão.
            Mas, antes dela, vamos às evidências.


 




            Das quais, uma está disponível no documentário “Anneliese Michael: a Garota, a Possessão e o Exorcismo”. Que lançado foi, no Youtube, em 18 de novembro de 2016, pelo “The Paranormal Scholar” – “O Erudito Paranormal”. O qual é de um site que foi criado, em 2005, pelo casal Rowron, com o intuito de estudar o supranatural.
            Todavia, esse caso serviu de inspiração para o filme “O Exorcismo de Emily Rose”, que foi dirigido por Scott Derrickson e exibido em 2005.


 




            Ora que ele ocorreu em Klingenberg, na Alemanha, e teve como protagonista Anneliese Michael. A qual nasceu em 1952 e, em 1968, aos 16 anos, apresentou um comportamento anômalo. Quando, sem alguma justificativa viável, ela desmaiou e perdeu o controle das atividades corporais. A partir de então, vendo sua saúde “ir para o buraco”.
            Algo que é estranho para uma menina que nasceu no campo, pois, o seu sistema imunológico, em função do contato com a natureza, deveria ter se tornado uma armadura orgânica.
            Ademais, em 1973, ela passou a exercer os dons da clariaudiência, da sensitividade e da clarividência. Posto que ela começou a ver rostos demoníacos, no plano astral, e sentir cheiros desagradáveis. Acrescendo a isso uma sensação de vácuo que sanada era pela presença do Capeta. E, por fim, passou a ouvir vozes.





            Doravante, os padres Ernst Alt e Renz, que a assistiam, obtiveram do Vaticano a autorização para realizar o “Ritual Romano de Exorcismo”. E, em 03 de agosto de 1975, deram início aos trabalhos. Que foram gravados em áudio. No quais se apresentaram, com uma voz  gutural, através dela, os demônios; como sendo Lúcifer, Judas, Nero, Caim, Hitler e Fleischmann, um sacerdote francês do Século XVI.
            Não havendo uma comprovação da veracidade de tais identidades.
            Mas o Diabo não é o pai da mentira?
            Sim!
            Portanto, a questão fica em aberto.


 




            Todavia, o 02º exemplo deu origem ao filme “Invocação do Mal 02”, que, sob a direção de James Wan, lançado foi em 2016.
            E, como o precedente, procedente era de um documentário: “O Poltergeist de Enfield, a História Real Pela BBC”. Que foi produzido pelo repórter James Hogg para o programa “BBC Nationwide” e veiculado em 23 de novembro de 1974.


 




            Notando-se que os casos só se tornaram públicos em função da repercussão do filme “O Exorcista”, em 1973.
            Ademais, a ocorrência contrasta com a própria alcunha. Pois não se tratou de um poltergeist. Já que ele é um fenômeno que é criado, em geral, pelas atividades psíquicas de uma menina, na pré-puberdade. Que cria, através de um amigo imaginário, uma entidade telêsmica, que, em resposta aos seus anseios, causa uma série de distúrbios.
            Assim, se desfazendo o mal-entendido que se repetiu no filme “Poltergeist – O Fenômeno”, que foi veiculado em 1982.
            Já que, no caso em questão, que ocorreu na cidade de Enfield, na Inglaterra, Janet Hodgson, que, à época, 11 anos de idade tinha, possuída foi por uma entidade que se chamava Bill Wilkins. Que, segundo foi apurado por Maurice Grosse, se tratava de um ex-morador da casa em que a família da garota habitava.





            Todavia, o Sr Grosse era membro da Sociedade para a Investigação Psíquica. E gravou, em áudio, alguns dos diálogos que travou com a entidade, que, com uma voz gutural, através de Janet, se manifestava.
            Encontrando, aí, o 02º ponto.
            Ora que o 01º é o nome da entidade (no singular ou no plural).
            E o 02º é a voz gutural.
            Que, em ambos os casos, davam a impressão de se estar ouvindo o papo de um cantor de Heavy Metal.
            Tudo porque o principal canal de conexão entre as dimensões se encontra no chakra laríngeo.
            Chakra laríngeo?
            Sim!
            Tanto que, no livro “Os Chakras”, Leadbeater, seu autor, esclarece que “O despertar do Chakra Laríngeo capacita o homem físico a ouvir vozes que costumam sugerir-lhe ideia de toda classe. Também, às vezes, ouve música e outros sons agradáveis. Quando está em plena atividade confere ao homem físico a clarividência etérica e astral”.





            Todavia, na laringe existe um par de pregas vocais (vulgo: cordas vocais). Que, por meio da pressão do ar, produzem um timbre. E que protegidas são pelas pregas vestibulares – responsáveis pelo som gutural.
            Pregas vocais que, durante a possessão, dormem, anulando a identidade sonora do possuído, e, com isso, fazem com que apenas as vestibulares reajam ao fluxo de ar.
            Sendo que as quais são utilizadas, desde os tempos imemoriais, para que entoado seja o canto difônico – o “overtone singing”.
            Que se originou nas tribos turco-mongóis, das montanhas Altai e Sayan, que se situam entre a Sibéria e a Mongólia. Onde os povos Khalkha, Bait, Torgut e Altay Uriangkhais o chamam de höömii ou khoomei. E com o qual, que tem o som similar ao de um zangão, buscam, através da fadiga, estimular o chakra laríngeo. Abrindo, assim, um canal de comunicação entre os mundos natural e sobrenatural.


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