terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Coluna SNACK BAR - O Lado B da Humanidade: BUNDA (A Verdade de um Povo)




            Como um legítimo país cristão, “extraoficialmente”, o Brasil inicia o seu ano após o carnaval. O qual ele comemora como uma legítima pátria pagã.
            Todavia, o termo francês “carnaval” é uma variação da palavra italiana “carnevale”. Que surgiu da expressão latina “carnem levare”. E significa “adeus à carne”. Visto que é referente à época que antecede a Quaresma.
            “Quaresma” que é fruto do numeral latino “quadragésimo”. E quantifica os dias em que o cristão fundamentalista não come carne. Numa alusão ao trecho da fábula de Cristo que está em Mateus 4:1-2 e diz: “Em seguida, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo demônio. Jejuou por quarenta dias e quarenta noites”.
            Com a transmutação do paganismo em cristianismo, a partir do Concílio de Nicéia, algumas lacunas ficaram abertas. Entre elas: o Lupercal. Uma festa que era realizada em Roma, na data que, hoje, equivaleria ao dia 15 de fevereiro; em homenagem a Luperco – um dos nomes de Pã. E que, por aproximação de datas, foi grudada na Quaresma e virou o carnaval.
            Carnaval que chegou ao Brasil, pelas mãos dos portugueses, por volta do século XVII, com o nome de “entrudo”. Sendo que “entrudo” vem da palavra latina “intróitus” e quer dizer “entrada” – entrada na Quaresma. Que, com o tempo, adquiriu uma estrutura própria. Primeiro: porque o Brasil é um país tropical. Em segundo: pelo fato de que o carnaval ocorre em pleno verão. Tudo o que contribui para que as pessoas usem poucas roupas. Expondo muita carne. Principalmente, a “mulher”. Que, à flor da pele, sente a “chama” dos antigos rituais. Quando os seus antepassados dançavam desnudos ao redor de Stonehenge. E assim, calcada na verve orgástica do paganismo, usa o carnaval como pretexto para mostrar a bunda.
            Mas e na praia?
            Na praia, não vale. Visto que uma praia que não tem bunda não é praia. Ou alguém ficaria bebendo cerveja quente, sob um Sol de rachar, em troca de nada?
            Todavia, a bunda é um símbolo de status na cultura tupiniquim. Sim, pois o Brasil é uma nação que não tem, e não procura ter, uma altossuficiência tecnológica. E, por isso, condiciona a sua população ao método de sobrevivência mais primitivo que se conhece. Que qualquer animal utiliza. A “reprodução”. Por meio da qual, quanto mais gente nascer, mais chances a espécie terá de se perpetuar. Não tanto por uma questão evolutiva. Mas porque, por mais gente que morra, sempre sobrará alguém. Como ocorre com as baratas.
            Bem, o Departamento de Epidemiologia e Estudos Populacionais da Universidade de Jagiellonian, de Cracóvia, na Polônia, em 2004, apresentou uma pesquisa que desmistificou a bunda. Provando que ela é um eficiente veículo de comunicação. Já que explicou os motivos evolutivos que levaram a natureza a moldar o corpo feminino de um modo que ele fique atraente. Como uma propaganda lúdica. Avisando, visualmente, aos genes masculinos que uma determinada mulher tem potencial para ser uma boa reprodutora. Posto que, nesse estudo, foi detectado o fato de que uma mulher que tem os seios fartos, a cintura fina e, um consequente, quadril largo possui um nível elevado de hormônio E2. O que a faz três vezes mais propensa a engravidar do que outra, dotada doutras características.
            Sem mais, a palavra “bunda” vem do termo quimbundo “mbunda” e significa “nádegas”. E, segundo o livro Casa-Grande e Senzala, de Gilberto Freire, adentrou, com outros vocábulos, ao vocabulário local por meio da convivência entre as mucamas e os filhos de seus “senhores”, durante a era da escravidão.
            Doravante, a bunda tem um papel sem precedentes na criação da cultura brasileira. Tanto que ela influenciou o desenvolvimento do machismo nacional. Quando os frequentadores de boteco repararam que ela era o escudo da mulher feia. Pois a dita se escondia atrás (ou à frente) dela, a fim de garantir um afago. Gerando, assim, o dito: “Essa é a famosa Raimunda. Feia de cara e boa de bunda”.
            Mas não está se subestimando a inteligência da maioria dos brasileiros?
            Não se pode subestimar o que não existe.
            No ano de 2007, na decisão do concurso de Miss Universo, a Miss Brasil Natália Guimarães foi derrotada pela Miss nipônica Riyo Mori. Riyo Mori que, embora bela, era menos bela do que a brasileira. O que gerou uma revolta. Com alegações de que o concurso fora “roubado” e coisa e tal.
            Todavia, nunca se viu tal indignação contra o fato de que um brasileiro nunca conquistou um Prêmio Nobel (seja em literatura, física ou em qualquer outra categoria que houver).
            Não que um avanço intelectual irá relegar a bunda a um segundo plano. Entretanto, como, tão cedo, uma melhoria nesse sentido não estará em primeiro plano, por que não priorizar a prioridade nacional? Com isso, fazendo com que o Brasil assuma a sua condição de polo produtor e exportador de bunda. Levando os glúteos a sério. Sim, profissionalmente. Para tal, investindo na busca de uma bunda perfeita.
            Como?
            Primeiro: seguindo o exemplo do socialismo chinês. E estabelecendo uma pena de trezentas chibatadas para quem infringir a lei. No caso, seria uma medida provisória que proibiria a mulher com “pouca bunda” de engravidar. Com o adendo de que dentro do conceito de “glúteo econômico” também se engloba a mulher que não tem seios fartos e cintura fina. Já que a ideia é criar uma raça que siga o arquétipo da mulher ideal. Evitando que, devido a um errôneo entendimento, se dê vazão a avacalhação. Afinal, se quer produzir beldades. E não, aberrações. Contudo, com cuidado. Para que isso não se torne um desvario machista. O que se conseguiria ao estender a punição, só que com seiscentas lapadas, ao infeliz que, de sacanagem, emprenhar a cuja. Sob a alegação de traição. Ora que, em virtude do seu mau gosto, ele sabotou um projeto da nação.
            Em segundo: prestigiando a mulher “próspera de bunda”. Dando-lhe uma isenção de impostos por cada menina que parir. Com a ressalva de que, se a partir dos quinze anos ficar claro que a garota herdou o design materno, a isenção será mantida.

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